segunda-feira, 21 de outubro de 2013

CONFISSÃO BATISTA DE NEW HAMPSHIRE

DECLARAÇÃO DE FÉ
I. DAS ESCRITURAS
II. DO VERDADEIRO DEUS 
III. DA QUEDA DO HOMEM
IV. DO CAMINHO DA SALVAÇÃO
V. DA JUSTIFICAÇÃO 
VI. DA LIVRE SALVAÇÃO
VII. DA GRAÇA NA REGENERAÇÃO 
VIII. DO ARREPENDIMENTO E FÉ
IX. DO PROPÓSITO DA GRAÇA DE DEUS 
X. DA SANTIFICAÇÃO 
XI. DA PERSEVERANÇA DOS SANTOS
XII. DA HARMONIA DA LEI E DO EVANGELHO
XIII. DE UMA IGREJA DO EVANGELHO
XIV. DO BATISMO E DA CEIA DO SENHOR
XV. DO SÁBADO CRISTÃO
XVI. DO GOVERNO CIVIL
XVII. DOS JUSTOS E DOS ÍMPIOS 
XVIII. DO MUNDO POR VIR

 

CONFISSÃO BATISTA DE NEW HAMPSHIRE  
(1833)  
DECLARAÇÃO DE FÉ
I. DAS ESCRITURAS
Cremos que a Bíblia Sagrada foi escrita por homens divinamente inspirados, e é um tesouro perfeito de instrução celestial; que tem Deus por seu autor, salvação por sua finalidade, e verdade sem qualquer mistura de erro em seu conteúdo; que ela revela os princípios pelos quais Deus nos julgará; e, portanto, é e permanecerá até o fim do mundo, o verdadeiro centro de união cristã, sendo o padrão supremo pelo qual toda conduta, e todos credos e opiniões humanas devem ser julgados.
II. DO VERDADEIRO DEUS
Cremos que há um, e somente um, Deus vivo e verdadeiro, um Espírito infinito, inteligente, cujo nome é JEOVÁ, o Criador e Supremo Senhor do céu e da terra; inexprimivelmente glorioso em santidade, e digno de toda honra, confiança e amor possíveis; que na unidade da Divindade há três pessoas, o Pai, o Filho e o Espírito Santo; iguais em toda perfeição divina e executando distintos ofícios em harmonia na grande obra da redenção.
III. DA QUEDA DO HOMEM
Cremos que o homem foi criado em santidade, sob a lei de seu Criador; mas por voluntária transgressão caiu de tal estado santo e feliz; em conseqüência disso toda a humanidade é agora pecadora, não por coação, mas por escolha; sendo por natureza totalmente carente da santidade exigida pela lei de Deus, inclinado de fato para o mal; e portanto sob justa condenação à eterna ruína, sem defesa nem desculpa.
IV. DO CAMINHO DA SALVAÇÃO
Cremos que a salvação dos pecadores é inteiramente pela graça, através do ofício mediador do Filho de Deus; que pela designação do Pai, livremente levou sobre si nossa natureza, ainda que sem pecado; honrou a divina lei por sua obediência pessoal, e por sua morte fez plena expiação por nossos pecados; que tendo ressuscitado da morte, está agora entronizado no céu; e unindo em sua maravilhosa pessoa a mais afável compaixão com as perfeições divinas, está de todo modo qualificado para ser um Salvador apropriado, misericordioso e todo suficiente.
V. DA JUSTIFICAÇÃO
Cremos que a grande bênção do evangelho que Cristo assegura aos que nele crêem é a justificação; que a justificação inclui o perdão do pecado e a promessa de vida eterna baseada nos princípios de justiça; que ela é concedida, não em consideração de quaisquer obras de justiça que tenhamos praticado, mas somente através da fé no sangue do Redentor; por virtude de tal fé sua justiça perfeita é livremente imputada a nós por Deus; que ela nos traz a um mui abençoado estado de paz e favor para com Deus, e assegura qualquer outra bênção necessária agora e na eternidade.
VI. DA LIVRE SALVAÇÃO
Cremos que as bênçãos da salvação são livremente dadas a todos pelo evangelho; que é dever imediato de todos aceitá-las pela fé cordial, penitente e obediente; e que nada impede a salvação do maior pecador do mundo, mas apenas sua depravação inerente e rejeição voluntária do evangelho; que tal rejeição envolve-o em grave condenação.
VII. DA GRAÇA NA REGENERAÇÃO
Cremos que, para serem salvos, os pecadores precisam ser regenerados, ou nascer de novo; que a regeneração consiste em conceder uma santa disposição à mente; que ela é efetuada de modo acima de nossa compreensão pelo poder do Espírito Santo, relacionado com a verdade divina, para assegurar a nossa obediência voluntária ao evangelho; e que sua evidência apropriada aparece nos santos frutos do arrependimento, na fé e na novidade de vida.
VIII. DO ARREPENDIMENTO E FÉ
Cremos que arrependimento e fé são deveres sagrados, e também graças inseparáveis, trabalhadas em nossas almas pelo regenerador Espírito de Deus; por meio do qual sendo profundamente convencidos de nossa culpa, de nosso perigo, de nosso desamparo, e do caminho da salvação por Cristo, voltamos a Deus com genuína contrição, confissão e súplica por misericórdia; recebendo ao mesmo tempo de coração o Senhor Jesus Cristo como nosso Profeta, Sacerdote e Rei, e somente nele confiando como o único e todo suficiente Salvador.
IX. DO PROPÓSITO DA GRAÇA DE DEUS
Cremos que a eleição é o eterno propósito de Deus, de acordo com a qual ele graciosamente regenera, santifica e salva os pecadores; que, sendo perfeitamente coerente, com a livre agência do homem, compreende todos os meios relacionados com o fim; que é a mais gloriosa demonstração da bondade soberana de Deus, que é infinitamente livre, sábio, santo e imutável; que ela exclui totalmente o orgulho, e promovem humildade, amor, oração, louvor, confiança em Deus, e ativa imitação de sua livre misericórdia; que encoraja o uso dos meios ao mais alto grau; que pode ser confirmada por seus efeitos em todos os que verdadeiramente crêem no evangelho; que é o fundamento da segurança cristã; e que para que se confirme em relação a nós exige e merece a máxima diligência.
X. DA SANTIFICAÇÃO
Cremos que a santificação é o processo pelo qual, conforme a vontade de Deus, tornamo-nos participantes de sua santidade; que é uma obra progressiva; que teve início na regeneração; e que é levada a efeito no coração dos cristãos pela presença e pelo poder do Espírito Santo, o Aferidor e Consolador, no uso contínuo dos meios designados – especialmente a Palavra de Deus, auto-exame, auto-sacrifício, vigilância e oração.
 
XI. DA PERSEVERANÇA DOS SANTOS
Cremos que somente os que são verdadeiros crentes perseveram até o fim; que sua ligação a Cristo é a grande marca que os distingue dos que professam a fé superficialmente; que uma Providência especial vigia a batalha que travam; e eles são guardados pelo poder de Deus através da fé para a salvação.
XII. DA HARMONIA DA LEI E DO EVANGELHO
Cremos que a Lei de Deus é a regra eterna e imutável de seu governo moral; que ela é santa, justa, e boa; e que a incapacidade que as Escrituras atribuem aos homens caídos de cumprir os seus preceitos procede inteiramente do amor que eles têm ao pecado; livrá-los disso e restaurá-los através de um Mediador a uma sincera obediência à santa Lei, é um grande fim do Evangelho e dos meios de graça relacionados com o estabelecimento da igreja visível.
XIII. DE UMA IGREJA DO EVANGELHO
Cremos que uma igreja de Cristo visível é uma congregação de crentes batizados, associados por aliança na fé e na comunhão do evangelho; observando as ordenanças de Cristo; governado por suas leis, e exercendo os dons, direitos e privilégios neles investidos pela sua Palavra; que os seus únicos oficiais bíblicos sãos os bispos, pastores e diáconos, cujas qualificações, direitos e deveres estão definidos nas epístolas a Timóteo e a Tito.
XIV. DO BATISMO E DA CEIA DO SENHOR
Cremos que o batismo cristão é a imersão em água de um crente, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, para demonstrar, em um símbolo solene e belo, nossa fé no Salvador crucificado, sepultado e ressurreto, com seu efeito em nossa morte para o pecado e ressurreição para uma nova vida; que é um pré-requisito para a relação com a Igreja, e para a Ceia do Senhor, na qual os membros da Igreja, pelo uso sagrado do pão e do vinho, devem comemorar juntos o amor que levou Cristo à morte, sempre precedida de solene auto-exame.
XV. DO SÁBADO CRISTÃO
Cremos que o primeiro dia da semana é o Dia do Senhor, ou o Sábado Cristão; e deve ser guardado como sagrado para propósitos religiosos, com uma abstinência de todo trabalho secular e de recreações pecaminosas; com a observância devota de todos os meios de graça, tanto privados como públicos, e com a preparação para aquele descanso que resta para o povo de Deus.
XVI. DO GOVERNO CIVIL
Cremos que o governo civil é divinamente designado para os interesses e para a boa ordem da sociedade humana e que se deve orar pelos magistrados, conscientemente honrados e obedecidos, exceto somente nas coisas em que se opõem à vontade de nosso Senhor Jesus Cristo, que é o único Senhor da consciência e o Príncipe dos reis da terra.
XVII. DOS JUSTOS E DOS ÍMPIOS
Cremos que há uma radical e essencial diferença entre o justo e o ímpio; que somente os que pela fé são justificados no nome do Senhor Jesus, e santificados pelo Espírito de nosso Deus, são verdadeiramente justos em sua avaliação, enquanto aqueles que permanecem em impenitência e incredulidade são ímpios à vista dele e estão sob a maldição; e essa distinção persiste entre os homens tanto na morte como depois dela.
XVIII. DO MUNDO POR VIR
Cremos que o fim do mundo está-se aproximando, que no último dia Cristo descerá do céu e ressuscitará os mortos da sepultura para a retribuição final, que uma solene separação então terá lugar, que o ímpio será sentenciado ao castigo eterno e o justo, à felicidade eterna, e que esse julgamento determinará para sempre o estado final dos homens no céu ou no inferno, com base nos princípios de justiça.

Confissão Belga - Art. 1


A "Confissão de Fé" data do ano de 1561 e foi escrita na língua francesa porque era a língua materna do autor, Guido de Brés (1522-1567). Contudo, ele não era francês, mas holandês.
Guido de Brés levou uma vida agitada; foi pastor em várias cidades; também viveu como fugitivo em Londres e, mais tarde, em Genebra, onde foi aluno de João Calvino. Ele morreu como mártir, por enforcamento.
Na noite de 1 para 2 de novembro de 1561, a "Confissão de Fé", na forma de um livrinho, foi lançada sobre o muro do castelo da cidade onde Guido de Brés estava (a cidade de Doornik). Ele queria que os comissários, que haviam chegado àquela cidade para destruir a Reforma, achassem o pacote, endereçado ao rei Felipe II (não sabemos se Felipe II realmente chegou a ver ou ler a "Confissão de Fé").
Através do livrinho, Guido de Brés pretendia desmentir a queixa de que os reformados eram revolucionários e hereges. Por isso, uma carta estava inclusa, em que se pedia liberdade de religião.



ARTIGO 1 - O ÚNICO DEUS 
Todos nós cremos com o coração e confessamos com a bocal que há um só Deus2, um único e simples ser espiritual3. Ele é eterno4, incompreensível5 invisível6, imutável7, infinito8, todo-poderoso9; totalmente sábiol0, justo11 e bom12, e uma fonte muito abundante de todo bem7. 
Rm 10:10. Dt 6:4; 1Co 8:4,6; 1Tm 2:5. Jo 4:24. S1 90:2. Rm 11:33. 6 Cl ; 1Tm Tg 1:17. 8 1Rs ; Jr 9 Gn 17:1; Mt 19:26; Ap 1:8. 10 Rm 16:27. 11 Rm 3:25,26; Rm 9:14; Ap 16:5,7. 12 Mt 19:17. Veja também Is 40, 44 e 46. 
  

2ª Confissão Helvética



Segunda Confissão Helvética 



Elaborada em 1562 por Heinrich Bullinger, publicada em 1566 por Frederico III da Palatina, adotada pelas Igrejas Reformadas da Suíça, França, Escócia, Hungria, Polônia e outras.

      

1. Da Sagrada Escritura como a verdadeira Palavra de Deus 

Escritura Canônica. Cremos e confessamos que as Escrituras Canônicas dos santos profetas e apóstolos de ambos os Testamentos são a verdadeira Palavra de Deus, e têm suficiente autoridade de si mesmas e não dos homens. O próprio Deus falou aos patriarcas, aos profetas e aos apóstolos, e ainda nos fala a nós pelas Santas Escrituras. 

E nesta Escritura Sagrada a Igreja Universal de Cristo tem a mais completa exposição de tudo o que se refere à fé salvadora e à norma de uma vida aceitável a Deus; e a esse respeito é expressamente ordenado por Deus que a ela nada se acrescente ou dela nada se retire. 

A Escritura ensina plenamente toda a piedade. Julgamos, portanto, que destas Escrituras devem derivar-se a verdadeira sabedoria e piedade, a reforma e o governo das igrejas, também a instrução em todos os deveres da piedade; enfim, a confirmação de doutrinas e a refutação de todos os erros, assim como todas as exortações segundo a palavra do apóstolo: ‘Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão”, etc. (II Tim 3.16-17). E ainda: “Escrevo-te estas cousas”, diz o apóstolo a Timóteo, “para que fiques ciente de como se deve proceder na casa de Deus”, etc. (I Tim 3.14-15). 

A Escritura é a Palavra de Deus. O mesmo apóstolo diz aos tessalonissenses: “Tendo vós recebido a palavra que de nós ouvistes, que é de Deus, acolhestes, não como palavra de homens, e, sim, como, em verdade é, a palavra de Deus”, etc. (I Tes 2.13). E o Senhor disse no Evangelho: “Não sois vós os que falais, mas o Espírito de vosso Pai é quem fala em vós” (Mat 10.20); portanto, “quem vos der ouvidos, ouve-me a mim; e, quem vos rejeitar, a mim me rejeita; quem, porém, me rejeitar, rejeita aquele que me enviou”, (Mat 10.40; Luc 10.16; João 13.20). 

A pregação da Palavra de Deus é a Palavra de Deus. Portanto, quando esta Palavra de Deus é agora anunciada na Igreja por pregadores legitimamente chamados, cremos que a própria Palavra de Deus é anunciada e recebida pelos fiéis; e que nenhuma outra Palavra de Deus pode ser inventada, ou esperada do céu: e que a própria Palavra anunciada é que deve ser levada em conta e não o ministro que a anuncia, pois, mesmo que este seja mau e pecador, contudo a Palavra de Deus permanece boa e verdadeira. 

Nem pensamos que a pregação exterior deve ser considerada infrutífera pelo fato de a instrução na verdadeira religião depender da iluminação interior do Espírito; porque está escrito: “Não ensinará jamais cada um ao seu próximo... porque todos me conhecerão” (Jer 31.34), e “nem o que planta é alguma cousa, nem o que rega, mas Deus que dá o crescimento”, (I Cor 3.7). Pois, ainda que ninguém possa vir a Cristo, se não for levado pelo Pai (cf. João 6.44), se não for interiormente iluminado pelo Espírito Santo, sabemos contudo que é da vontade de Deus que sua palavra seja pregada também externamente. Deus poderia, na verdade, pelo seu Santo Espírito, ou diretamente pelo ministério do anjo, sem o ministério de São Pedro, ter ensinado a Cornélio (cf. At 10.1 ss); não obstante, ele o envia a São Pedro, a respeito de quem o anjo diz: “Ele te dirá o que deves fazer” (cf. At 11.14). 

A iluminação interior não elimina a pregação exterior. Aquele que ilumina interiormente dando aos homens o Espírito Santo é o mesmo que deu aos discípulos este mandamento: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16.5). E assim, em Filipos, São Paulo pregou a Palavra externamente a Lídia, vendedora de púrpura; mas o Senhor, internamente, abriu o coração da mulher (At 16.14). E o mesmo São Paulo, numa bela gradação, em Rom 10.17, chega, afinal, a esta conclusão: “E assim, a fé vem pela pregação e a pregação pela palavra de Cristo”. 

Reconhecemos, entretanto, que Deus pode iluminar quem ele quiser e quando quiser, mesmo sem ministério externo, pois isso está em seu poder; mas aqui falamos da maneira usual de instruir os homens, que nos foi comunicado por Deus, tanto por mandamento como pelo exemplo. 

Heresias. Detestamos, portanto, todas as heresias de Artêmon, dos maniqueus, dos valentinianos, de Cerdon e dos marcionitas, os quais negaram que as Escrituras procediam do Espírito Santo; ou não aceitaram algumas partes delas, ou as interpelaram e corromperam. 

Apócrifos. Contudo, não dissimulamos o fato de que certos livros do Velho Testamento foram chamados Apócrifos pelos antigos autores, e Eclesiásticos por outros, porquanto alguns admitiam que fossem lidos nas igrejas, não, porém, invocados para confirmar a autoridade da fé. Assim também Santo Agostinho, em sua De Civitate Dei, livro 18, cap. 38, observa que “nos livros dos Reis, nomes e livros de certos profetas são citados”; mas acrescenta que “eles não se encontram no Cânon”; e que “os livros que temos são suficientes para a piedade”. 

  

A Confissão de Fé Escocesa



por


John Knox e outros
E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo,

para testemunho a todas as nações. Então, virá o fim (Mateus 24.14)
Prefácio


Os Estados da Escócia, com seus habitantes, professando o evangelho santo de Jesus Cristo: para os seus compatriotas, e para todos os outros reinos e nações, professando o mesmo Senhor Jesus com eles, deseja graça, misericórdia, e paz de Deus o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, com um espírito de justo julgamento, para saudação, etc.

Durante muito tempo, queridos irmãos, nós tivemos o desejo de notificar ao mundo, a soma daquela doutrina a qual nós professamos, e pela o qual nós temos recebido infâmia e perigo. Mas tal foi a fúria de Satanás contra nós, e contra a verdade eterna de Jesus Cristo, recentemente nascida entre nós, que até este dia nenhum tempo foi concedido a nós para clarear nossas consciências, como alegremente nós teríamos feito. Como nós temos sido lançados a um ano inteiro de passado, a maior parte de Europa (como nós supomos) entende. Mas vendo que a infinita bondade de nosso Deus (que nunca faz sofrer o aflito completamente para não ser confundido), acima de qualquer expectativa, nós obtivemos algum descanso e liberdade, nós não pudemos, mas passo adiante esta breve e simples confissão de tal doutrina como é proposta à nós, e como nós acreditamos e professamos; em parte para satisfação de nossos irmãos cujos corações, não temos dúvida, temos sido ainda feridos apesar da ira que ainda temos de não aprender a falar bem; e em parte pelo parar as bocas de insolentes blasfemadores que corajosamente amaldiçoam aquilo que eles nem mesmo ouviram, e o que nem ainda entendem.
Não que julguemos que tal cancerosa malícia pode ser curada por esta nossa simples confissão. Não, nós sabemos que o doce sabor do evangelho é, e deve ser, morte para os filhos de perdição. Mas nós temos respeito principalmente para com nossos irmãos fracos e enfermos, para quem nós comunicaríamos o fundo de nossos corações, para que eles não sejam aborrecidos ou levados por diversos rumores que Satanás espalha [contra] nós, para derrotar este nosso empreendimento religioso; protestando que, se qualquer homem notar nesta nossa confissão, que qualquer artigo ou sentença seja repugnante para com a Palavra santa de Deus, isto nos agradará, por sua gentileza, e pela causa da caridade cristã, nos prevenir destes mesmos escritos; e nós, por nossa honra e fidelidade, prometemos a ele satisfação da boca de Deus (quer dizer, de suas Escrituras Santas), ou qualquer reforma que ele prove em que temos nos extraviado. Para Deus nós levamos as historias de nossas consciências, que de nossos corações nós detestamos todas as seitas heréticas, e todos os professores de doutrina errônea; e que, com toda humildade, nós abraçamos a pureza do evangelho de Cristo que é o único alimento de nossas almas; e isto é tão precioso para nós, que nós estamos determinados a sofrer a extremidade do perigo mundano, ao invés de que nós sofreremos ao ser defraudados pelo mesmo. Pela espera nós somos certamente persuadidos, que aquele que de alguma forma negar a Cristo Jesus, ou ter vergonha dele, na presença dos homens, será negado diante do Pai, e diante de seus santos anjos. E então, pela ajuda do poderoso Espírito do nosso mesmo Senhor Jesus, nós firmemente propomos ficar juntos até o fim, na confissão desta nossa fé, como se seguem nestes artigos. 
1º CAPÍTULO

De Deus

Confessamos e reconhecemos um só Deus, a quem, só, devemos apegar-nos, a quem, só, devemos servir, a quem, só, devemos adorar e em quem, só, devemos depositar nossa confiança.1 Ele é eterno, infinito, imensurável, incompreensível, onipotente, invisível;2 um em substância e, contudo, distinto em três pessoas, o Pai, o Filho e o Espírito Santo.3 Cremos e confessamos que por ele todas as coisas que há no céu e na terra, visíveis e invisíveis, foram criadas, são mantidas em seu ser, e são governadas e guiadas pela sua inescrutável providência para o fim que determinaram sua eterna sabedoria, bondade e justiça, e para a manifestação de sua própria glória.4
1. Dt 6:4; 1Co 8:6; Dt 4:35; Is 44:5-6.
2. 1Tm 1:17; 1Rs 8:27; 2Cr 6:18; Sl 139:7-8; Gn 17:1; 1Tm 6:15-16; Êx 3:14-15.
3. Mt 28:19; 1Jo 5:7.
4. Gn 1:1; Hb 11:3; At 17:28; Pv 16:4.

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

DA ESCRITURA SAGRADA



I. Ainda que a luz da natureza e as obras da criação e da providência manifestam de tal modo a vontade, a sabedoria e o poder de Deus, que os homens ficam inescusáveis, todavia não são suficientes para dar aquele conhecimento de Deus e de sua vontade, necessário à salvação; por isso foi o Senhor servido, em diversos tempos e diferentes modos, revelar-se e declarar à sua Igreja aquela sua vontade; e depois, para melhor preservação e propagação da verdade. para o mais seguro estabelecimento e conforto da Igreja contra a corrupção da carne e malícia de Satanás e do mundo, foi igualmente servido fazê-la escrever toda. Isso torna a Escritura Sagrada indispensável, tendo cessado aqueles antigos modos de Deus revelar sua vontade ao seu povo.

Em outras palavras: Mesmo que tudo o que foi criado por Deus apresente sua beleza, poder, sabedoria e vontade, ainda que o homem perceba Deus por meio da Criação, é indesculpável. Por isso, foi do agrado de Deus revelar-se ao gênero humano pela Bíblia Sagrada, tornando-se essa, o aferidor de medida, regra de fé e prática.

Referências Bíblicas:

      Os céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos. Um dia faz declaração a outro dia, e uma noite mostra sabedoria a outra noite. Não há linguagem nem fala onde não se ouça a sua voz. A sua linha se estende por toda a terra, e as suas palavras até ao fim do mundo.  (Salmos 19:1-4);

      Os quais, conhecendo o juízo de Deus (que são dignos de morte os que tais coisas praticam), não somente as fazem, mas também consentem aos que as fazem. (Romanos 1:32);

       Portanto, és inescusável quando julgas, ó homem, quem quer que sejas, porque te condenas a ti mesmo naquilo em que julgas a outro; pois tu, que julgas, fazes o mesmo. (Romanos 2:1);

·         Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis; (Romanos 1:19-20);

       Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei; Os quais mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência, e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os; (Romanos 2:14-15);

       Visto como na sabedoria de Deus o mundo não conheceu a Deus pela sua sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação. (1 Coríntios 1:21);

       As quais também falamos, não com palavras que a sabedoria humana ensina, mas com as que o Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais. Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. (1 Coríntios 2:13-14);

      Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho, A quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo. (Hebreus 1:1-2);
·         Pareceu-me também a mim conveniente descrevê-los a ti, ó excelente Teófilo, por sua ordem, havendo-me já informado minuciosamente de tudo desde o princípio; Para que conheças a certeza das coisas de que já estás informado. (Lucas 1:3-4);

      Porque tudo o que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que pela paciência e consolação das Escrituras tenhamos esperança. (Romanos 15:4);

      Ele, porém, respondendo, disse: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus. Disse-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus. Então disse-lhe Jesus: Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás. (Mateus 4:4,7 e 10);

       À lei e ao testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra, é porque não há luz neles. (Isaías 8:20);

       Mas, se tardar, para que saibas como convém andar na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, a coluna e firmeza da verdade. (1 Timóteo 3:15);

     E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia amanheça, e a estrela da alva apareça em vossos corações. (2 Pedro 1:19).